domingo, 14 de outubro de 2012

Lembranças da serra


Sempre que o sol se põe surge um vento forte e frio que envolve toda a paisagem serrana e convida seus moradores a se agasalhar.
Esse lugar é tão belo que chego a sonhar e admirar as maravilhas criadas por Deus. Enlaçados na frieza da noite, nos reunimos nas casas dos moradores mais antigos, sentados em roda ouvimos histórias lendárias que constroem os costumes do nosso povo. Saindo agora da casa do meu avô, recordei-me subitamente de uma lenda. E, como se reescrevesse aquela história.
No percurso até o meu lar, ouvia-se o silêncio das matas e fiquei imaginando, o encontro que poderia ocorrer entre eu e o Guajara. Ele era um homem peludo, preto que matou o pai por uma simples discussão em família, vivia vagando de uma ponta a outra da serra, carregando o corpo do pai no ombro. É nessa hora da noite que os moradores da Rajada escutam seus assobios nas matas fechadas.Em noites de caçadas os homens valentes levam consigo alho e fumo, dizem que espanta o Guajara que mais se parece com lobisomem.
Quero crer que não irei encontrá-lo, estou perto de casa o terror e medo me consome.
- Ufa! Cheguei... Finalmente estou no meu lar, vou dormir e sonhar com as belezas que a Serra da Rajada nos oferece.
E nesse vento frio vou embalando o sono dos justos.

Ana Patricia de Oliveira de Souza, aluna da EEIEF Yara Guerra Silva, Caucaia-Ce.
Texto selecionado pela Comissão Julgadora Municipal da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, na categoria Crônica

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