O lugar onde vivo - Porção de água marrom
Todos os dias passo por lá
E o meu coração fica a disparar...
Por ver tanta vida morrer naquele lugar.
Vejo o peixe sem oxigênio,
Engolindo dali, tanto veneno;
A piaba e o cará já estão em extinção,
Naquela água com tanta poluição.
Pobre moço que joga o anzol,
Que queima o cabelo e a pele no sol,
Se alimenta de incerteza
De levar um peixinho para sua mesa.
Oh! Água marrom! Azul era tua cor original.
Quem te fez tanto mal?
Tu não podes falar;
Mas é no teu silêncio que te vejo denunciar.
Quantos olhares de compaixão...
É gente da cidade e do sertão
Que no profundo íntimo deseja saber:
_ Quando é que dessa água poderão beber?
Essa água marrom que era azul
Se chama...Lagoa do Pabussu.
E essa triste imagem, eu posso ver
No caminho da escola, logo ao amanhecer.
Raul Lima de Mesquita, aluno da
EEIEF Patronato Pio XI, Caucaia-Ce.
Texto
selecionado pela Comissão Julgadora Municipal da Olimpíada de Língua Portuguesa
Escrevendo o Futuro, na categoria Poema.
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