domingo, 14 de outubro de 2012

Uma grande confusão


Moro em uma pequeno bairro onde ocorrem cenas que mais parecem retiradas de filmes do gênero comédia. A cena que irei lhe contar agora, ocorreu em uma manhã de sol na comunidade de nome Cipó e que está localizada em Caucaia.
Nosso bairro é uma comunidade rural, todos os dias ocorrem brigas ou discussões entre vizinhos de cerca e sempre são por causa de seus animais de criação como galinhas, porcos e outros.
As duas senhoras que irão protagonizar a cena são vizinhas há alguns anos e amigas, tão amigas que todas as tardes tomam café com bolo juntas. Os gostosos bolos feitos por ambas são apreciados na rua em que moram.
A pequena rua José Lourenço Bezerra é o reduto das duas moradoras e foi o palco da cena que presenciei e irei lhes contar, porque foi algo que me marcou.
O dia havia começado como os outros. O sol radiante, o céu azul, o canto dos pássaros e eu parada enfrente de minha casa observando a rua e o acordar dos moradores. Toda essa tranquilidade foi quebrada com a gritaria das duas senhoras. O cachorro de D. Maria pulou a cerca do quintal de D. Berenice e ficou correndo atrás das galinhas e seus pintinhos.
Ao ver o alvoroço dos animais D. Berenice jogou algumas pedras que tinha em seu quintal no cachorro e o expulsou de sua propriedade.
D. Maria ouviu os latidos de seu cachorro, foi perguntar o que estava acontecendo e quando chegou perto da outra senhora disse:
- O que está acontecendo?
- Seu maldito cachorro estava assustando as minhas galinhas poedeiras. Por que a senhora não amarra ele? - gritou D. Berenice.
- Ele estava amarrado, mas eu não tenho culpa se ele se soltou da corrente. - respondeu D. Maria.
Durante uns cinco minutos elas discutiram feio e quase que se pegaram no tapa ou até coisa pior. Por causa da gritaria chamaram a polícia, porém ao chegarem não havia mais nada para fazer ali, porque as duas senhoras já haviam entrado em suas respectivas casas.
Alguns moradores acharam um absurdo chamarem a polícia para prender as duas senhoras de tão grande respeito na comunidade e além disso eram duas idosas. E houveram várias outras discussões por causa desse ato feito por algum vizinho que até hoje não sabemos quem foi.
Observei tudo a distância de meu portão de madeira e fiquei abismada com o resultado de toda essa grande confusão, porque desde o ocorrido as duas senhoras, D. Berenice e D. Maria, não mais se falam e todas as tardes não tenho mais o cheiroso aroma de seus cafés com bolo.
Isabele Holanda de Morais, aluna da EEIEF Amaro Rodrigues dos Santos, Caucaia-Ce.
Texto selecionado pela Comissão Julgadora Municipal da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, na categoria Crônica

 

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